A Veolia apresentou na Exposalud seu modelo de descarbonização para estabelecimentos de saúde.
Gabriel Orué, Diretor de Serviços de Energia da Veolia na América Latina, aprofundou essas tendências e os avanços em direção a estabelecimentos mais eficientes e descarbonizados durante sua palestra na Exposalud.
Os hospitais estão avançando rapidamente para modelos energéticos mais limpos, impulsionados pela necessidade de reduzir emissões em um dos setores mais intensivos em consumo. Em países da OCDE, a infraestrutura de saúde pode concentrar até 5% das emissões nacionais, o que levou a eficiência energética a se tornar um eixo estratégico de modernização.
Nesse sentido, Gabriel Orué, Diretor de Serviços de Energia da Veolia na América Latina, detalhou que essa transformação global avança em quatro direções principais, tema abordado na palestra “Descarbonização nos Centros de Saúde”, o congresso internacional mais importante do setor de saúde no Chile.
A primeira estratégia é a descarbonização térmica, substituindo sistemas tradicionais por tecnologias eficientes que reduzem emissões e melhoram o desempenho. A segunda é a adoção de energia renovável, por meio de geração local e contratos de fornecimento limpo que estabilizam custos e diminuem a pegada de carbono.
O terceiro eixo é a gestão digital, que permite monitorar iluminação, HVAC e equipamentos críticos em tempo real, detectando desvios e otimizando consumos. Finalmente, a quarta tendência é a adoção de inteligência artificial e gêmeos digitais, tecnologias que antecipam falhas, ajustam parâmetros automaticamente e simulam estratégias de investimento com menor risco.
Essas inovações convergem no Hubgrade, a plataforma de supervisão e análise da Veolia que combina monitoramento 24/7 e modelos preditivos para melhorar o desempenho energético. “O núcleo do hospital descarbonizado é a digitalização; sem ela, as modernizações perdem continuidade e não podem demonstrar impacto real”, destaca Orué.
Na ocasião, foram apresentados diversos casos de sucesso, como o do Hospital Italiano de Buenos Aires, Argentina, e o Hospital Universitário Austral, que melhoraram a estabilidade térmica e conseguiram reduzir consumos. No Equador, a modernização dos sistemas térmicos em instalações administradas pela Junta de Beneficência de Guayaquil está diminuindo custos e aumentando a continuidade em áreas críticas.
Gabriel Orué afirmou que o Chile conta com condições favoráveis para acelerar essa transição, graças a uma matriz elétrica com ampla presença de fontes renováveis e maior acesso a PPAs verdes. “O potencial é alto, mas ainda falta que os hospitais migrem de medidas isoladas para estratégias integrais de eficiência, operação e modernização”, pontua.